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thefallenangel

thefallenangel

15.07.04

Fragmento 9 - Quem...


Angel-of-Death

Há vidas, vidas perdidas, sem rumo e sem mar.
Perdidas nas suas proprias vidas, e sem maneira de voltar.
O mundo perde-se dentro de nós, de uma maneira incontrolada e incontrolável, sem que consigamos dar por isso. Perdemo-nos tambem nós dentro dele...
Mas perdição a nossa, que nem a conseguimos ver, passa por nosso lado e nao pára, mas arrasta-nos, para um poço sem fundo.
Claro que nem sempre é assim, podemos passar sem mergulhar neste turbilhão. Deixar o mundo de lado e continuar, num universo paralelo, sem que ninguem dê por nada.
As vezes nem nos proprios, que de tão habituados ao nosso proprio mundo, nao conseguimos deixar passar mais nada...
Triste é, por vezes, quando nem sabemos o que fazer, nem amar, nem viver, nem sonhar...
E como aprendemos a ser?
Nao há ninguem que nos possa mostrar como se leva a vida, sao escolhas proprias, que todos temos de fazer, mais tarde ou mais cedo. A unica questao é saber, quando será tarde demais...

13.07.04

Fragmento 8 - Sonhos


Angel-of-Death

Como alguém um dia disse "eles não sabem nem sonham, que o sonho comanda a vida..." .
E verdade é, que os sonhos regem grande parte das nossas vidas, por que sem sonhos, não teriamos vontade de ir mais além, partir em busca do desconhecido... Mas todo o sonho tem a sua parte triste e sombria...
Quantos sonhos perdidos nos levam ao desespero, quanto tempo perdido em busca de sonhos inúteis, que nos atormentam o sono e tantas vezes a própria existência.
De que vale perseguir um sonho, quando este nos persegue dia após dia, quando nos deixa sem saber que rumo tomar na vida...
Nem só de sonhos se pode sonhar, senão que vida despida de conteúdo seria a nossa, triste e sem sentido, lutando por coisas impossíveis e nem sabem quais são, quem foi, onde, como e porquê.
Deixemos de lado os sonhos por sonhar, os sonhos por viver, não passam de sonhos...
Não deixes de viver e de sonhar, por um sonho que queres viver, porque um dia será tarde demais...

12.07.04

Fragmento 7 - Perdido num sonho


Angel-of-Death

Com tristeza abandono um lugar de sonhos, sonhos incompletos, sonhos que só consegui sonhar, só eu, só…
Triste, como se a tristeza fosse a pior mentira do mundo, mas não mente, nem sonha, nem vê, nem sente.
Como posso querer sonhar de novo, se ainda vivo um sonho, triste, vazio, só…
Só, como cheguei, assim parti. Parti rumo a lado nenhum, porque parto vazio, neste sonho desfeito, sentindo só, solidão.
Vejo as águas do Rio, cada vez mais distantes, mais longe e mais longe fica o fogo do meu peito, meu coração partido não volta comigo, perdido ficou, nas monumentais.
De que valia ele voltar se não me pertence, se não é a mim que ama, se não é por mim que pulsa. Poderia parar, sem o azul do seu mar, o céu azul dos seus olhos, que são seu alimento, seus donos, sua razão de existir.
Perdi-o para sempre, quebrado e triste, mas contente, porque ficou no seu lugar.
Que melhor forma de te amar, do que deixar-te voar? Seguir teu caminho, mesmo que este não se cruze mais com o meu. Antes amar-te num sonho bonito, do que não te ter, neste mundo real.

11.07.04

...


Angel-of-Death

DSCI0007-2.JPG
Pôr do sol em esmoriz, um dos momentos únicos e especiais, que por vezes a minha câmera consegue captar.
Sem dúvida, uma das minhas melhores fotografias, pena não poder pô-la em tamanho real aqui no blog.
De qualquer forma, posso enviá-la a quem se mostrar interessado e quiser deixar-me o email.
Espero que gostem dela tanto quanto eu.

10.07.04

Fragmento 6 - Escolhas


Angel-of-Death

O que são as escolhas?
Será que sempre que fazemos uma, fazemo-la porque realmente é o que queremos, ou porque algo nos leva a isso?
Todos os acontecimentos das nossas vidas nos levam por caminho dúbios.
Caminhos que não sabemos onde vão dar, que influenciam as nossas vidas para sempre.
Caminhos que se cruzam com outros caminhos, outras vidas, outras pessoas, outros mundos, sensações, reacções.
Cada escolha feita pelos outros influencia a nossa, porque os actos impensados, ou até premeditados, ficam marcados nas nossas almas.
Levam-nos por vezes a ser quem não somos, a fugir de nós próprios, mesmo sem nos apercebermos disso. A vida toma um rumo, que é quase impossível de voltar atrás.
O esforço para recomeçar é demasiado grande e o comodismo do ser humano também, por isso continuamos a ser quem não somos e a viver uma vida que não é nossa, sem esperança de um dia sermos melhores, porque simplesmente deixamos de lutar.
Deviamos empurrar todas as escolhas dos outros, que nos fazem mal, nos magoam e nos deixam sem vida, sem alma, que nos mostram como a existência terrena pode ser dolorosa e por vezes insuportável, mas fabricamos um casulo em nossa volta, para deixar o mundo à porta, e nada mais nos poder magoar.
Mas a vida não pode ser só isso, há que quebrar essa concha que nos separa do que realmente é importante, a nossa felicidade, completa e sem dúvidas, sem questões menos próprias ou menos bonitas. Aceitar que realmente as nossas escolhas podem estar erradas e influenciadas e mudar, para melhor, ou para o pior que os outros possam imaginar, chocar, rir do mundo. Abrir a janela aberta e deixar a alma voar, para onde realmente ela quer estar.

08.07.04

Fragmento 1


Angel-of-Death

Vozes do passado ecoam na minha memória, espíritos, seres que já não existem, ou pelo menos não como eu os recordo, deformados pela vida, pelos sentimentos, pela paixão, até alguns deformados por mim, pelos meus actos impensados, pela minha despreocupação, pelo meu amor pela vida, porque claro, cada um ama à sua maneira e é essa individualidade que nos faz ser tão iguais e tão diferentes, iguais nos sentimentos gerados, diferentes na maneira de os sentir.
Mas eles perseguem-me, como uma maldição que não me larga onde quer que eu vá, atormentando os meus sonhos, os meus pensamentos e os meus actos, como que lembrando-me para não voltar a errar.
São tantas as coisas que me passam pela cabeça, longos dias, quase intermináveis, sem fim, pensamentos que teimo em não ouvir, vozes que teimo em não pensar, mas tudo recomeça e acaba num ciclo vicioso, num vai e vem de sensações contraditórias, de palavras a mais.
Correntes que param à minha passagem, mares de gentes, vegetando no prado da vida, sem rumo, sem sorte, sem vontade de ser mais, de realmente ser alguém, de viver, de pensar, percorrem a vida sem destino, ou com ele já traçado, não são mais do que espectadores cegos entre jogadores surdos e mudos, que simplesmente os ignoram, porque não os podem entender, passam ao lado da vida sem nunca darem por ela, como quem passa por um incêndio, sente-lhe o calor mas não o vê, não o procura, decidem não perder tempo com a vida, decidem sobreviver a espera do derradeiro final e se um dia, numa possível vida espiritual, lhes perguntassem como tinha sido a passagem pela terra, não iriam saber responder, nem saberiam que terra era essa.
Abomino essa forma de pensar, mas compreendo porém, que é direito de cada um, tomar o seu próprio caminho, escolher a sua sorte, só não suporto quando se queixam, quando acham que a vida não lhes foi propícia e não se lembram que a escolha foi inteiramente deles. Quem podem culpar, Deus?


08.07.04

He has died


Angel-of-Death

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let airplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood,
For nothing now can ever come to any good.
No. IX of Twelve Songs, 1936

Um poema lindissimo, do poeta Inglês, W H Auden.

08.07.04

Fragmento 2


Angel-of-Death

Acho que por vezes me esqueço de certas coisas, de fazer certas coisas, ou mesmo de dizer, mas nunca sei o quê, mesmo apesar desta sensação de que algo falhou, não consigo perceber o que foi, alguma coisa escapa à minha atenção ou então não estou atento a tudo, como sempre pensei estar.
Passo dias e dias, noites mal dormidas, sempre pensando no que correu mal, ou bem, no que fiz, no que disse, no que ficou por dizer e não encontro nada, nada que não tenha dito, que não fosse melhor ter calado, nunca foi certa a altura, nunca valeu a pena, palavras não dizem tudo, um olhar vale mil palavras, um gesto por mil olhares, um beijo, um beijo muitas vezes não valeu por nada, o sentimento não existia e quando é assim, o vazio apodera-se de nós, passa a ser um acto forçado e sem significado, sem sabor, quase uma obrigação e o sentimento que se segue é horrível, quase de nojo, de ódio, acho que cheguei a odiar-me a mim mesmo, por ser tão fraco, por ceder a todas as vontades acima da minha própria vontade, mas um dia tudo deixa de poder acumular-se, o balão enche demais e explode, nesse dia o céu desaba, todos os segredos mais profundos são revelados, toda a sujidade de uma relação podre e doentia é posta à luz do dia e ás vezes a verdade custa, mas custa menos quando já se sabe dela e é só mais um pretexto para terminar tudo de vez.
Admito que os erros não foram nunca só dos outros, eu errei e erro muito, nunca o neguei, ninguém é perfeito e muito menos eu, mas há erros imperdoáveis, que só são cometidos por quem quer, sem obrigação, de livre e espontânea vontade, como muitas vezes cometi, mas assumi as consequências, não enganei, fui fiel nos meus princípios, detesto mentiras e as verdades são para ser ditas, quer magoem quer não, prefiro sofrer por saber a verdade, do que sofrer por viver na dúvida, ou viver uma mentira, é bem pior, mais triste, faz-nos perder a confiança nas pessoas, não só numa, mas no geral, começamos a julgar todos pela mesma regra, sem ouvir, sem abrir o coração, sem conhecer, sempre com medo do mundo, criando uma jaula em volta do coração, até senti-lo frio como uma pedra, para não deixar escapar nem deixar lá entrar nenhuma emoção, nenhum sentimento. Uma vida triste, sem sabor, sem cor, sem alegria, sem amor, insípida, sem qualquer razão de ser, sem sentido, sem tantas outras coisas que tornam uma vida merecedora de ser vivida, ninguém vive para sempre e se não aproveitarmos a vida enquanto a temos, depois será tarde demais, o tempo não pára para ninguém e muito menos para os que não vivem, que deixam tudo passar-lhes ao lado, ao longe, mas tão perto que quase lhe podem tocar, mas não esticam o braço, demasiado passivos, estáticos, sem vontade própria ou com vontade de não ter, não viver, só deixar passar, andar, correr os dias, as noites, os anos até fecharem os olhos e um vazio, ainda maior do que as suas próprias vidas, os invadir para toda a eternidade, sete palmos abaixo de gente que respira a vida, que lhe dá sentido e a tenta tornar suportável.
Gente que deixou de ter medo, que resolveu tentar, arriscar, porque todos os sentimentos são diferentes, todas as relações são distintas e quando não se arrisca com medo de sofrer novamente, não estamos a ser justos com os outros, estamos a deixar escapar oportunidades únicas na vida e estamos acima de tudo, a deixar de sonhar e de viver e a impedir os outros de viver e sonhar connosco.


08.07.04

Fragmento 3 - A Descoberta


Angel-of-Death

Sentimentos, o que são?
Meros pensamentos, mas mais fortes que o normal, mais intensos, pensamentos que despertam desejos, ciúmes, insegurança, medo, alegria, paixão, sentimentos contraditórios. Quando tudo devia ser simples, eu complico, quando devia ser alegre, eu entristeço-me, o meu passado persegue-me, acho que por vezes tenho medo de amar, fecho-me. Tranco o meu coração, escondo-o do mundo, para não sofrer, para não magoar, para não recalcar mais as minha mágoas, para não reabrir feridas profundas e dolorosas, que tanto me custaram a fechar.
Tenho medo, medo de mim mesmo, medo de errar outra vez, ou pior ainda, medo que errem comigo outra vez, medo de não querer ver a realidade, medo de querer viver um sonho que não existe.
Estou assustado, apavorado, este amor cresce tanto dentro de mim, não consigo pensar em mais nada, ocupa-me todo o meu ser, todo o meu querer, todo o meu coração, tudo isso é dela. Sem o mínimo esforço ela tomou posse de mim, da minha alma, do meu corpo e eu deixei, não consigo ver defeitos nela, apesar de nem namorarmos, mas sinto como se fosse, morro de ciúmes quando não está comigo, mas não posso monopolizar todo o seu tempo, não tenho esse direito. Mas tenho medo de perder para alguém, a única coisa boa que tenho na vida, a única mulher que me tira do sério, que me leva para um sonho, do qual me custa despertar, mas afinal de contas, despertar porquê? O sonho é real, sinto-a real junto de mim, o seu cheiro, o seu gosto, os seus lábios nos meus, o calor do seu corpo nas minhas mãos, na minha boca, na minha alma. Razão da minha angústia, razão da minha alegria, fonte do meu amor.
Sentimentos contraditórios, não contraditórios, talvez só despropositados, sem sentido, razões sem razão que me levam à loucura, ao pesar do meu coração. A minha própria loucura é amiga e inimiga, trazendo-me o que deve e o que não deve, trouxe-me o amor mais bonito que alguma vez senti e ao mesmo tempo a insegurança. Talvez por esse mesmo motivo, sei que se as coisas mudarem, nunca vou encontrar alguém como ela, e apesar de tão novinha, deu-me aquilo que nenhuma outra me deu até hoje, vontade de amar, mais e mais, vontade de me entregar de corpo e alma, vontade de sentir o calor do seu amor. Vontade de a ter comigo para sempre, e este para sempre, tem uma conotação tão permanente, como nunca tive vontade que tivesse, é um para sempre definitivo e se não for ao lado dela que vou envelhecer, não será nunca com mais ninguém. Encontrei quem eu procurava, agora só me resta amá-la e fazê-la feliz, enquanto ela me quiser, desejando só, que o seu amor dure tanto como o meu.


08.07.04

Black Rose


Angel-of-Death

You're a thorn in my soul
A spear through my heart
Your love made me whole
But know we're apart

Like a black rose in the winter
Standing tall in the snow
My cry for forgiveness
For only you to know

No, what have i done wrong
Why did i make you cry
Now that i'm not so strong
Why did you have to die

I blame myself for your destiny
I wish it would have been me
But i can't turn back time
To the moment you were mine

So i live, in my misery
And i try to make life go
I finaly accepted my destiny
And it's now my time to go

08.07.04

Só eu


Angel-of-Death

vou esquecer
vou esquecer-me de tudo
vou fugir para bem longe de mim
esconder-me do meu ser
dormir
dormir para não mais acordar
viver no sonho
longe da terrivel realidade do mundo
tão só
tão longe de tudo
tão cheio de sonhos por viver
sem esperança de nada
vazio
perdido num tempo ja passado
enfim, deslocado
procurando ser o que não foi
procurando um desejo perdido há muito
encontrando nada
nem mesmo o sonho
tudo se consumiu
tudo se perdeu
so ficou o céu escuro da noite
o brilho ténue das estrelas
como lágrimas que correm da minha face
e no final, só eu perdi

08.07.04

Fragmento 4 - Quem sou


Angel-of-Death

Sinto a vida fugir-me entre os dedos, não sei onde fui buscar forças para escrever. Sinto-me desfalecer, entro num sonho, mas não sei onde estou. Tenho medo, não sei o que me espera…
Tento fugir de um destino que me atormenta e nem eu sei bem porquê. O mundo parece desabar na minha cabeça e ao mesmo tempo fujo dele, estou só.
A vida chama por mim novamente, que luz é esta no fundo do túnel? Que desejo é este de me prender a um mundo que não é meu? Que força que puxa para um destino redundante, que me leva a dar voltas sem fim, voltando ao inicio que nunca acaba?
Fujo de mim mesmo, não sabendo o que me espera em cada fuga. Corro para bem longe do mundo. E para onde? Fujo de quê? De quem?
Quem me chama e me procura nesta escuridão imensa, senão eu próprio. Como se fosse possível, fujo de quem não posso, de mim…
E nem sei porque fujo, por que escondo, se a vida é minha e faço dela o que quero, sem restrições, sem desejos por realizar, sem momentos por viver.
A vida é assim, sempre com caminhos tortuosos, esperando quem alguém os tome, sem rumo nem destino traçado, mas com um propósito definido.
Um propósito, como se de um destino não se trata-se, palavras escondidas do tempo, sem sentido, nem propósito… Palavras vazias, sem sentido, destinos traçados e cruzados que não nos levam a lado nenhum e a todo o lado, pequenas coisas sem sentido que nos alteram a vida de modo irremediável, sem chance de podermos voltar atrás.
O atrás já passou, já lá vai, como a água que passa num rio, podendo voltar sempre, mas que já passou e quando retorna tudo mudou, o tempo mudou, a água mudou, o rio mudou e o tempo passou e levou tudo o que existia atrás.
A vida prega-nos partidas difíceis, duras, que magoam e nos fazem magoar, mas que nos fazem crescer e continuar, acima de tudo fazem-nos viver. Dão-nos a possibilidade de escolher o caminho da felicidade ou tristeza, dão-nos o mundo numa bandeja, esperando só que o tome-mos nas mãos. Mas por vezes as nossas mãos fraquejam e não conseguem carregar esse fardo, esse destino.
Somos só humanos, só animais inseguros, porque nos tornamos mais inteligentes e destrutivos do que os outros. E assim fugimos da vida e do nosso caminho, do propósito da nossa existência, viver e fazer viver. Ser feliz e tentar fazer. Caminhar na direcção da luz, na direcção do nosso futuro, do nosso viver.


08.07.04

Fragmento 5 - Sol


Angel-of-Death

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Enquanto o sol de põe e vai levando embora, devagarinho, o resto do dia, penso em tudo aquilo que fica para trás.
Os risos ecoam nos meus ouvidos, a fadiga de mais um dia de trabalho, deixa de pesar-me sobre os ombros e vai, vai para bem longe.
O sol grande e vermelho, mergulha nas águas claras do oceano, o barulho das ondas quebrando na areia, embala os meus sentidos, o meu corpo deixa levar-se pelo som calmo do fim da tarde, pelas cores alaranjadas que pintam tudo em meu redor.
Como num quadro, uma fotografia, tento capturar cada pormenor, cada momento deste final.
Nem noite, nem dia, o momento perfeito da morte de um e nascimento do outro, a união única e especial, que podemos agarrar todos os dias das nossas vidas. Mas muitas vezes não nos damos a esse trabalho, quase ninguém pára para ver um pôr-do-sol.
Sinto-me só, quando o mundo inteiro devia estar comigo, parece que só eu vejo esta paisagem linda, que se repete vezes sem fim. Existia já antes de eu viver e existirá depois da minha noite se levantar.