08.02.06
2 Agarrada ao passado
Angel-of-Death
Continuo agarrada a ti, ao passado, ao nosso passado, meu e teu, tudo passou para ti, mas nunca para mim, não consigo evoluir, crescer e ultrapassar todas as coisas que fizemos juntos, nem tão pouco consigo suportar a ideia, de estares agora com alguém que não eu, mesmo sabendo que é tudo na minha cabeça, dói-me demasiado pensar, e no entanto, não penso noutra coisa, não sonho senão com isso, tenho medo de dormir e de lá te encontrar com outra.
Já tentei de tudo, mas a vida não me ajuda, nem eu a ajudo a ela, e eu não sei como fazer, que mais posso fazer quando de tudo já tentei. Até mesmo tirar a minha própria vida, mas o acaso assim não o quis, decidiu que não era a hora certa, alguém me segurou naquela hora e não consegui.
Tentei arrancar o coração do peito, mas de que adiantava isso, dizem que o amor é eterno e até à morte sobrevive, pois então, de que adiantava morrer, se nem assim te poderia esquecer.
Há quantos anos sigo pensando em ti, nem eu própria sei, já perdi a conta desses anos de miséria sentimental, sinto a tua falta desde o minuto em que te foste. E tantas vezes falei contigo, mas nunca me ouviste, ou fingiste não ouvir, porque nunca resposta obtive. E sigo assim agarrada a ti, sempre, sempre como no início e como no fim.
Não sei mais onde procurar-te, se na minha cabeça, ou na tua fria moradia de granito. Sonho, um dia voltar a ver-te, abraçar-te, mas sei que nunca mais será.
Talvez um dia consiga estar mais perto de ti, meu amor, um dia, meu corpo repousará perto do teu. Nosso amor, ao contrário do que possam dizer, nesse dia se extinguirá.
By: Angel-of-Death
In: Saudades daquilo que nunca fui